domingo, 23 de agosto de 2009

Capítulo XXX

por tito peçanha leitão, o último guaraná de texugo city.

CAPÍTULO XXX: PATROCÍNIO OFICIAL

Existe um curiosa distância entre o tempo em uma estória e o tempo do leitor que acompanha a estória. Na esmagadora maioria dos casos o tempo da estória é mais veloz que o do leitor, mas em um notável conjunto de obras fenomenais a relação se inverte: é o caso de obras-primas como Ulysses, do James Joyce, Mrs. Dalloway, da Virginia Woolf e, como não poderia deixar de ser, dessa famigerada estória envolvendo advogados ultra-realistas.
Pois então, se para o leitor se passaram quase 7 meses desde a publicação do último capítulo sobre nossa amada Texugo City não se passaram mais que sete dias para os heróicos membros da resistência.

14 de setembro de 2013

0:33 - Marina Thalles, dançarina da seção Soft do PROSSEX (como ficou conhecido o PROgrama de Satisfação SEXual coordenado por Lorena Heartcrasher), faz uma memorável performance envolvendo a última lata de coca-cola disponível em texugo city e 7 militantes do JUMA recém-resgatados de um desmoronamento na estação "os poderosos bigodes do texugo" do metrô, que haviam ficado 5 dias sem ingerir nenhum líquido (use a sua imaginação).
0:37 - Aclamada freneticamente pelo insaciável público masculino, essa simpática heroína recebe a alcunha de Marina, a última coca-cola de Texugo City.
1:54 - O video dessa performance já foi visto 6,554,829 vezes no youtube.
4:34 - A comunidade "Marina, a última coca-cola de Texugo City RULES" do orkut atinge a estonteante marca de 3,458,922 membros, superando a formidável "Déborah, a Rainha do Anal with Lazers", até então com 3,458,768 mebros.
4:57 - O site Hotsexxxintexugocity.net/manulegal elege Marina como o maior Sex-Symbol vivo de Texugo city (o maior Sex-Symbol ever continuava sendo a inesquecível Julie Paramore).
20:00 - Em uma glaumurosa cerimônia no Cafuné Erótico Pallace (Salão de festas do Joelma Plaza) Lorena Heartcrasher em pessoa entrega o título de "Princesa do Pornô Nacional" à Marina, a última coca-cola de texugo City.
20:34 - Marina ganha um fabuloso Casaco cravejado de TEXs, com design assinado por Alexandre Hercovitz. "Que casaco classe!" filosofa marina, visivelmente emocionada.
21:13 - Em uma reunião com a presidência e os principais acionistas o concelho deliberativo da Coca-Cola Company chegou à conclusão que o acordo oferecido pela MEGACORP de adesão às fraudes do processi não era vantajoso. Somando-se a isso uma certa gratidão à texugo city obtida devido ao impacto positivo nas vendas que a popularidade de Marina, a última coca-cola de texugo city entre os simpatizantes da resistência em todo o mundo provocou, foi aprovada a proposta de patrocínio a texugo city.
22:45 - em uma video-conferência com Danilo Taxidriver e Gilmar Vinagre a presidência da Coca-Cola Company assina um termo de compromisso e se torna patrocinadora oficial de Texugo City.
23:54 - chega por helicóptero a primeira parte do apoio oferecido pela coca-cola a texugo city: 800,000 caixas de cigarro e 1,000,000 latas de coca-cola.

comming Soon: O trágico fim de Déborah, a Rainha do Anal.

domingo, 26 de julho de 2009

Ilustração XI

por Peçanha, a Tieta Leitosa

ILUSTRAÇÃO XI:
CAOS NA AVENIDA TEXUGUISTA


Visão de Bruno Iha ao chegar na Avenida Texuguista onde Aline, a Estegossaura aterrorizava cidadãos com e sem colhões.

Capítulo XXIX

por Tito, o Leitão Peçonhento

CAPÍTULO XXIX:
SAÍDA DAS PROFUNDEZAS DA SELVA DE PEDRA

Os críticos literários devem ter inventado algum conceito que expresse a reprodução metafórica e/ou metonímica de uma situação marcante no contexto da produção literária na dinâmica da costrução de algum personagem. Este conceito, caso exista, pode ser aplicado a esse capítulo: Se há um longo período essa estória permaneceu inerte para voltar agora de forma estrondosa também um dos personagens que apresentaremos hoje esperou por um longo período - milênios - para finalmente retornar em uma aparição inesquecível.
O personagem em questão é Aline, a Estegossaura. Poucos (e nenhum leitor até então se encaixava nesse perfil) sabiam de uma operação top secret empreendida pelo CASEX (CApitalismo Selvagem EXplorações s.a.) com apoio institucional do BOTOCS. A CASEX era o braço petrolífero da gigante japonesa MEGACORP.
Aproximadamente 7 anos antes do início do Processi uma sonda magnética desenvolvida por pesquisadores da CASEX havia apontado para a existência de uma gigantesca reserva de petróleo nos subterrâneos da Cidade do Texugo. Mais que isso: a reserva ficaria exatamente embaixo da linha verde o metrô, nas proximidades da estação "Formidáveis olhos do Texugo", localizada em plena Avenida Texuguista, na região central da metrópole. Mas os técnicos não podiam estar mais enganados: Não se tratava de petróleo, mas de sua matéria prima.
Sim, um dinossauro - Ou melhor, uma dinossaura... E vivinha da silva-sauro.
Quando as escavações chegaram no que acreditavam ser um poço de petróleo Aline estava a exatos 67,188,783 anos, 6 meses e 11 dias sem dormir. A criatura monstruosa se virou lentamente e observou calmamente a equipe de escavação composta por 7 respeitáveis geólogos. Nenhum deles tinha um teoria satisfatória para explicar o que viam, mas os 7 tinham ótimas idéias para ganhar muito dinheiro com isso.
O PROGEPE (PROgeto GÊnese do PEtróleo) arrecadaria no intervalo de um ano o equivalente a US$ 1,778,337,992 para desenvolver pesquisas sobre a gênese de combustíveis fósseis. O corpo de 2o,000 prisioneiros políticos tibetanos seria usado na primeira fossa de PS (Petróleo Sintético).
Descobriram no intestino de Aline uma enorme quantidade de Rivotrialina - o princípio ativo do Rivotril. Dados empíricos sugeriam que os estegossauros consumiam doses cavalares de Cutilinehatus Rivotrilianeita, planta extinta da familia das hortências, para conseguir dormir todos os dias. Quando a ekatombe cretácia ocorreu Aline teria ficado presa numa caverna e, perdendo o acesso à Cutilinehatus Rivotrilianeita, seria castigada com 70 milhões de anos de insônia.
Aline era então constantemente dopada com doses cavalares de Rivotril. O sono não era lá essas coisas, mas era melhor que passar quase 70 milhões de anos sem dormir.

O turning point dessa estória, como vocês podem imaginar, foi o processi.
O PROGEPE sobreviveu 3 longos dias ao assédio dos advogados. Nem um único pesquisador tinha colhões - e a MEGACORP se orgulhava disso.
No terceiro dia uma pequena patrulha de Texugo City em busca de pessoas sem colhões encontra a passagem secreta que ligava o PROGEPE à estação "Formidáveis olhos do Texugo" da linha verde do Metrô.
O trágico da estória é que a primeira pessoa que os heróicos membros da resistência encontraram era Denise Justo, bacharé em direito e secretária do PROGEPE.
- Por favor apresentem o protocolo 417-B para prosseguir com sua visitação. É proibida a etrada de pessoal não autorizado.
Hugo Oscabello, liderança do CACTUS, amante de Lorena Heartcrasher e irmão do lendário Mikhail Oscabello não teve dúvidas: meteu um tiro na testa da fucking advogadazinha.
- Advogados 1.0 e Advogados 2.0? É tudo a mesma merda.
Não teve tempo de dizer mais nada.
Em poucos segundos Aline inrrompe na sala destruindo tudo à sua frente, num incontrolável frênesi. Sede de sangue, fome de destruição. Um grunido supersônico
se propagaria por todas as linhas de metrô da cidade.
- NÃO ME ACORDEM DEPOIS QUE EU TOMO RIVOTRIL, PORRA!
(Tradução direta do Estegossauriano Jurássico).
Em poucos minutos Aline ganharia a superfície da Avenida Texugusta.
Pânico generalizado, Total Caos.

Em breve: Um fight épico.

domingo, 26 de abril de 2009

Capítulo XXVIII

por tito picanha leitão

CAPÍTULO XXVIII:
BRUNIÑO, EL XEROCADERO


Vocês devem se lembrar do suspense que permeava a estória no final do último capítulo: Nosso idolatrado anti-herói repleto de caráter saia da casa de carlos vestido até os cabelos - cobertos por gel bozzano - de xerocador de contratos júnior e avistava, ao longe, uma reunião de terríveis advogados se aproximar.
O grupelho andava aos tropeços, emitindo obsessivos gemidos desagradáveis.
Bruno Iha marchou firmemente, olhando para o além como quem tem a cabeça cheia de pensamentos brilhantes (como vira Robertos Justus andar em O Aprendiz 13 - versão escritório de advocacia).
A reunião se aproximava. O protagonista suava frio. Eram 4: uma mulher gorda com um pano na cabeça e ares de cozinheira, uma quarentona de Taier com um óculos quebrados e um (sim, apenas um) sapato de salto, um playboy de óculos escuros e nike shocks com meia soquete e um senhor que Bruno poderia jurar ser um dos sócios da Agonizzi & Sons.
Foi o último que começou a emitir grunhidos horrendos e incompreensíveis, parado, a dois passos do nosso herói. Poucos segundos depois os outros três começaram. Parecia uma orquestra de porcos surtados. O aspirante a xerocador de contratos junior ouviu paralizado.
30 longos minutos depois o senhor respeitável tirou sabe-se lá de onde das entranhas de sua roupa social um gordo calhamaço de papéis ensanguentados e entregou a Bruno Iha. Este os pegou, agradeceu, e contiuou andando. A reunião tenebrosa retomou rapidamente sua conversa monstruosa.
Depois de alguns segundos de desentendimento, o infame poeta lembrou da conversa que tivera com carlos elias numa noite romântica enquanto observavam as estrelas:

- Sabe, Bruno, você é um amigo muito importanate para mim, por isso vou te explicar uma coisa: Quando você é xerocador de contratos junior num escritório grande você não tem moleza não. Mas está certo, os estagiários tem que aprender desde cedo a levar as coisas a sério, a ter responsabilidade. Você tem que ouvir tudo os que os seus superiores falam sem questionar - por que eles tem mais experiência e por isso sabem mais coisas que você. Eu adimiro muito os sócios. Mas cá entre nós, eu tenho uma dica: se você é estagiário num escritório sério tenha sempre em mãos uma pilha de papéis, isso lhe poupará de muita chateação.

Foi assim que Bruno Iha descobriu que se andasse vestido de xerocador de contaros junior com uma pilha de papéis inúteis na mão conseguiria passar desapercebido pelas hordas de advogados.
Por alguns quarteirões bruno recebeu as mais diversas encomendas, mas a cerca de 10 quadras da casa de carlos, quando já carregava duas vezes o seu peso em papel, os advogados inexcrupulosos o deixaram em paz - a não ser que ele derrubasse um papel importante no chão, nesse caso gritavam freneticamente até que ele recuperasse o documento.

Continua no próximo episódio.

sábado, 25 de abril de 2009

Capítulo XXVII

por tito leitão peçonhento (de volta das cinzas)

CAPÍTULO XXVII:
A HORA E VEZ DE BRUNO IHA


Se até o chato do burrinho pedrês teve sua hora e vez em sagarana, por que com nosso querido anti-herói haveria de ser diferente? A hora da verdade do nosso protagonista não tardará em chegar, aguardem!
Aposto meus mentos sabor coca-cola com limão que os leitores acharam que Bruno Iha fora atacado por um advogado e morrera tragicamente. Mas felizmente - não só para o personagem mas também para a continuidade da estória, é claro - estavam enganados.
O grito de terror ouvido pelo nosso infame poeta fora proferido pela vizinha de carlos, que havia sido atacada durante o banho por um advogado que fora em vida um menino de 5 anos - um requinte de terror que nos lembra uma cena brilhante do clássico "pet sematery", do Stephan King.
Bruno Iha acordou 2 dias depois, às 15:47 do dia 15 de agosto de 2013, o dia em que texugo city apagou.
Abriu os olhos. Olhou por cerca de 2 minutos a poça de sangue coagulado que o cercava. Descolou vagarosamente as bochechas suculentas do gélido mármore. Suas articulações doiam, seus olhos latejavam.
- Que fome, Pensou bem alto.
Levantou graciosamente e se apoiou no corrimão. Deu uns passos destrambelhados até a cozinha onde encontrou, radiante, uma caixa de ovos.
- Granja Iha, da familia Iha para a sua família.
Nosso gracioso personagem comeu, em menos de 97 segundos, cerca de 7 ovos. crus. quando mordeu a casca do oitavo sentiu um volume estranho adentrar sua boca.
Cospiu imediatamente. Um monstroso feto de galinha cai no chão. nojo. não vomitou - não era tolo de desperdiçar comida.
Meus queridos leitores devem estar se perguntando como bruno iha pode não ter sido devorado quando permaneceu por dois dias indefeso enquanto 99% da população da Cidade do Texugo possuia colhões. Eu vos explico. Há três motivos simples:
1) Advogados não comem outros adovogados
2) Advogados 2.0 não perdem a capacidade de distinguir a casa de um advogado 1.0 mesmo se tiverem colhões. E, não tendo interesse em mais advogados, iam procurar carne de melhor qualidade.
3) Era impossível não ver que a casa de carlos era a casa de um advogado.
Voltando à nossa estória.
Olhando para o aborto galináceo ali estirado, Bruno Iha teve um Insight:
- Eu não como o que desprezo. Advogados são mal comidos. Advogados não são apetitosos. Nem mesmo os advogados devem achar outros advogados apetitosos. Eureka!
[Bruno não se despiu nem correu pelas ruas de Ciracusa, mas garanto a meus leitores que a sua dança da vitória foi 10 vezes mais sexy do que poderia ter sido Arquimedes correndo nu e ensaboado - mesmo se arquimedes fosse igual brad pitt. Ah, brad pitt correndo nu e ensaboado...]
Sim, a lógica do nosso anti-herói estava furada - não no que diz respeito a advogados serem mal-comidos, é claro - no que tange a repulsa de advogados 2.0 por advogados tradicionais, já que Agonizzi não titubeou antes de devorar seus sócios. É que nem uma mente privilegiada (o que não é o caso) seria capaz de imaginar que a posse de colhões poderia rebaixar um ser que um dia foi humano a ponto de ter um discernimento tão infinitamente limitado.
O que importa é que Bruno Iha teve a brilhante - ou pelo menos o que lhe pareceu uma brilhante - idéia. Decidiu que prosseguiria sua busca pelos senhores seus pais e pela sua dulce vuela - mas não seria tonto, sairia sujo de sangue e vestido de advogado. nenhum advogado ousaria duvidar de sua identidade.
Bruno Iha subiu até o elegante closet de carlos. Abriu seu armário. Lá estava: 7 conuntos de univorme de xerocador de contratos junior - um para cada dia da semana.
Nosso herói vestiu um elegante terno de risca de giz, mocassins italianos com fivela dourada, um cinto de tramas de couro com fivela também dourada (combinando com o sapato, é claro), uma camisa rosa-calcinha, uma gravata azul-marinho, abotoaderiras do Lions Club e charutos cubanos.
Não tenho palavras para descrever o gracioso movimento dos quadris avantajados de Bruno Iha presos naquela calça social de microfibra armani ma-ra-vi-lho-sa.
O protagonista abre heroicamente a porta da rua e avista ao longe uma reunião - como costumamos chamar um grupo de advogados - se aproximar.
- É agora, chegou a minha vez.

Será que o disfarce de Bruno Iha funcionará? Será nosso herói devorado por advogados? Conseguirá nosso cordeiro em pele de lobo salvar seus familiares?
Veremos no próximo episódio.

Ilustração X

Por tito peçanha lerdão

ILUSTRAÇÃO X: CAPA




domingo, 8 de fevereiro de 2009

Capítulo XXVI

por bruno le kemon

CAPÍTULO XXVI: NOTA SOBRE A TRAJETÓRIA DE BRUNO IHA

Saindo dessa inscursão pelo mundo terrífico e sombrio da medicina alternativa voltemos ao nosso pomposo e heróico coadjuvante, Bruno Iha.
Antes de adentrar a casa de carlos albierto tivera impressão de estar sendo seguido por alguem, mas achou que era apenas mais um golpe de saudável paranóia e decidiu esquecer tal impressão. No entanto, desta vez ele estava certo. Estava sendo seguido. Era um estudante de cinema da SIENAC (Sociedade Inescrupulosa dos Exploradores de Nihilistas Através do Cinema).
Durante crises assim estes saíram pela região infectada para filmar pessoas, e assim tentar criar um filme de terror para apresentar como tese de conclusão de curso. tentavam filmar ao estilo do filme bruxa de blér. talvez ainda conseguissem vender o filme. era corriqueiro estes dias. alguns cidadãos que tentavam sobreviver ao caos na região até deixavam umas comidas de sobra para os cineastas que os seguiam. uns chegaram a adota-los e dividir os direitos pelo filme vindouro. normalmente estas pessoas tentavam fazer coisas heróicas e acrobáticas quando estavam sendo filmadas. muitas morreram assim.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Capítulo XXV

por bruno, le kemon

CAPÍTULO XXV: MAIS FORÇAS OBSCURAS

Sabem, o narrador de uma história sabe tudo. inclusive o que ue vai acontecer no futuro da história, obviamente. não é como um jornalista que trabalha num jornal. e sim, é verdade que muitas vezes o legendador gosta de fazer uns volumes 2 ou 3 ou em alguns casos 7 de um determinado livro só pra deixar o leitor curioso e dar mais dinheiro para o autor. mas sabemos que no mundo de hoje a tensão e o estresse são um problema. e sabemos que curiosidade e a ânsia por saber o final de um capítulo deixa todo o mundo mais agitado e estressado. então vamos revelar o final desta estória...
todo mundo morre no final. ou eles ficam vivos... mas de acordo com a natureza todos morrem, exceto bateria de celular. estas se suicidam muitas vezes por dia.

Continuando a história, havia um monte de organizações querendo se aproveitar dessa nova doença psicotrópica (psico pois afeta a mente principalmente, e trópica pois surgiu nos trópicos), no entanto poucas tinham alcance mundial como a que vamos falar agora.
Vocês devem estar pensando no governo dos EUA, na União Européia, no governo japonês (acostumado a lidar com problemas psico sociais), Ebay, ou o governo israelense. no entanto falamos de algo com mais contatos que a sua tia fofoqueira. tratamos dos Homeopatas. Têm-se aos montes no mundo. E têm uma associação mundial.
Qual é a dos homeopatas? Bem, eles tratam de curar as pessoas que os procuram. De fato o remédio deles funciona na maioria das vezes. No entanto demora o suficiente pra muitos desistirem e o suficiente para os que continuam o tratamento ficarem viciados nessas bolinhas doces. E bem, tem uma ciência por trás da homeopatia, mas a verdadeira sabedoria dela é dada somente aos que provam serem fiéis aos ideais do pacto da liga dos homeopatas, o PLACEHBO (Pacto da Liga Arqui-Corrupta dos Estelionatários Homeopatas pela Busca da Opulência).
Há uma verdadeira ciência médica por trás da homeopatia, queremos reiterar isso. No entanto os homeopatas e todos seus livros falam sobre a memória da água e outras coisas do subcosciente e de allan kardec. coisas completamente aleatórias. pois eles só querem salvar as pesoas não tão desconfiadas usando seus remédios, enquanto que as pessoas mais desconfiadas não acreditam nessa história de memória da água e etc, e vão se consultar com outros médicos menos alternativos.
Você acha que os médicos têm de fazer todo aquele malabarismo sobre remédios caros para quê? eles tem um acordo com as indústrias farmaceúticas. e outras vezes quando o caso parece ruim eles desacordam o paciente, fazem um corte em local aleatório, raso o suficiente pra cicatrizar sozinho, e enquanto isso ficam fazendo outras coisas [tem um documentário que trata da verdade por trás dos bastidores médicos. se chama E.R. os médicos na verdade só fofocam entre sí e ficam namorando as enfermeiras e outras médicas].
Qual é o motivo de só quererem salvar as pessoas menos desconfiadas? o motivo é fazer os humanos desconfiados morrerem logo se tratando com médicos convencionais, e só restarem as menos desconfiadas. é mais fácil mainpular as menos desconfiadas. eles então teriam todo o poder sobre o mundo e sobre a humanidade. o que pretendem fazer com esse poder? só vão pensar nisso depois que o ego deles ficar satisfeito.

Pois então, surge esse vírus. transforma humanos praticamente em animais. seria possível treinar tais animais para obedeceram a determinados donos. os principais homeopatas da PLACEHBO decidiram então fazer uma reunião no seu "quartel general", um restaurante vegetariano que escondia na seção de trás carne de avestruz aos convidados "especiais". sabe-se que o diretor dessa associação estava presente, então era algo importante a eles. seu nome era Marcius Riverball.
decidiram que usariam tal vírus para deixar todos os humanos animalescos e menos desconfiados. depois usariam algum artefato para adestrá-los, e assim tomar controle sobre a humanidade. fácil e simples. mais rápido e menos entediante que ficar atendendo senhoras de idade e hippies em seus consultórios de medicina alternativa.

Enquete I

Em pesquisa feito junto ao leitores essa semana pudemos coletar dados sólidos que nos orientaram com segurança para a elaboração de um lista restrita com os personagens mais populares desta famigerada Estória. Seriam eles (não necessariamente nessa ordem):

1. Bruno Iha, o doce e inocente anti-herói que causou essa infinita tragédia
2. Julie Paramore, nossa polêmica e idolatrada cantora de Anarco-Pop, o maior Sex-Symbol de Texugo City
3. Kurt Kokain, um controverso viciado e líder espiritual
4. Marta Suplicy, a inescrupulosa piranha que governa o país a ferro e a fogo

Outros personagens populares: Lorena Heartcrasher, a rainha do pornô nacional; David Magalhães, o músico independente que consumiu o último cigarro de texugo city; Sacha, o urso vingador; Carina, a mãe de pompéia; Róbi, bom e velho Róbi; San Franchesco de Britto Croche, o estudante de direito 2.0 e Walter Ego, o limpa-trilhos do futuro.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Capítulo XXIV

por tito peçanha cabeção

CAPÍTULO XXIV: APOLOGIA DO USO DO CONCEITO "DROGA" NO CONTEXTO DO USO INTENSIVO E EXTENSIVO DE TRIBLIFICADORES EPIROGÊNICOS DE XINOFINATELIGININA (TEX's) PELA POPULACÃO TEXUGOCITOENSE

Versão condensada e simplificada da polêmica introdução da tese de pós-celestial-livre-docência homônima de Leopoldus Vitruvius Koptaedrus (Ilustríssimo Senhor Koptaedrus não admite artigos. Afirma que eles limitam sua infinita sabedoria), Professor Titular Vitalício da Academia Francesa de Filosofia Superior.

Hoje abri o jornal e estarrecido me deparei com a seguinte manchete:
"O TEX pode ser chamado de Droga? Uma droga não deveria dar alucinações ou barato ao invês de simplesmente tirar a vontade de viver com intensidade?"
Essa ridícula incerteza que por esses crepúsculos infames tem atormentado as mentes infinitamente pequenas de uma torrente de seres medíocres é tão absurdamente insignificante que não merece mais do que um diminuto punhado de palavras para ser inequivocamente respondida:
Se pensarmos que a palavra "Droga" é uma herença do conceito grego de Farmakon tão brilhantemente estudado por Jacques Derrida em sua brevíssima mas não por isso menos grandiosa obra "Farmakon, uma introdução", não haveria dúvidas de que os triblificadores epirogênicos de xinofinateliginina são, em todos os sentidos, uma Droga.
A idéia de "alucinação" só pode ser tão limitada quanto a mente primitiva que formulou essa questão. A tangibilidade realidade apriorística não é tão óbvia quanto gostariam os espíritos inferiores. O que é a realidade? O que é a alucinação?
O que interessa aos sublimes campos onde brotam as grandes e finas idéias não é uma questão semântica e vazia, tão pura quanto pobre, de como posicionar num já insuficiente e impreciso sistema classificatório os hábitos de Texugo City, mas um problema tão profundo e complexo quanto a própria condição humana: por que a população texugocitoense não consegue se manter sóbria?
Nunca com o prazer de quem busca a verdade me disporia a discutir se os triblificadores epirogênicos de xinofinateliginina são uma droga, um placebo ou um remédio mas um leve estremecimento de dúvida e sede de saber me percorreria se me interrogassem por que aqueles bravos homens de Texugo City que enfrentam com admirável heroísmo as maiores mazelas que nossa civilização já presenciou se renderam com tanta facilidade aos efeitos duvidosos de um comprimido feito à base do amianto de revestimento acústico?
Por que, ó nosso grande Aristóteles? Por que Descartes, Plotino e Kierkegaard?
Por que em Texugo City vimos um novo e bizarro alvorecer de um monetarismo burlesco, de um tabagismo grotesco e de uma pornografia degradante?
Por que num momento tão singularmente libertário aquelas mentes não foram capazes de se apegar senão às formas mais baixas e imperfeitas do dinheiro, do vício e da promiscuidade?
Ao invés de dispender nossa preciosa energia discutindo como enquadrar um evento excepcional no nosso generosamente imperfeito sistema de pensamento não deveríamos nos empenhar em mergulharmos nas riquíssimas peculiaridades desse momento para repensarmos nossos conceitos?
Triblificadores epirogênicos de xinofinateliginina são uma droga. O que é droga?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Capítulo XXIII

por tito peçanha leitão, o último biscoito do pacote

CAPÍTULO XXIII: TEX

7 de setembro de 2013

12:11 - Os 78 cientístas que trabalhavam freneticamente pela criação de uma nova droga para os rebeldes finalmente obtiveram êxito.
o TEX (Triblificador Epirogênico de Xinofinateliginina) era feito a partir do amianto do revestimento acústico do joelma plaza. Uma espécie de ecstasy. Aumentava vertiginosamente a concentração e diminuia o medo. O barato durava umas 2 horas. Os efeitos colaterais não podiam ser melhores: perda de sono, perda de apetite, perda de apetite sexual.
14:13 - a droga era distribuida pela primeira vez em doses reduzidas como forma de pagamento por serviços prestados à comunidade.

8 de setembro de 2013

97,3% da população de texugo city é viciada em TEX.
TEX se torna a moeda oficial de texugo city: as pessoas recebiam em TEX e trocavam pelo que quisessem: comida, água, "massagens estratégicas"... o tamanho (pouco menor que um tic-tac) facilitava o transporte e a troca mesmo em grande quantidade.
O serviço de vigilante de estação de metrô pagava 10 TEX por dia e era um espécie de referência. Um cozinheiro ganhava 8, um limpador de latrinas 27, um de jardineiro da "Horta da Saúde" 5, um militante de operações de risco 36, um membro registrado do GEME de 43 a 900 a depender da popularidade e um cientista da UFRT de 25 a 80.
1 litro de água custava 1 TEX, 1 panetone 3, 10 minutos de massagem estratégica de 5 a 100 TEX, de acordo com a popularidade do GEME em questão.

Deborah, a Rainha do Anal era, de acordo com uma pesquisa do famoso economista Paulo Emcoma, a pessoa mais bem paga de texugo city. Era a maior estrela do estilo fetiche do programa de satisfação sexual. Suas apresentações eram marcadas por grandes multidões e ejaculações precoces. Há boatos de que Lorena Heartcrasher lhe pagasse 5,000 TEX por noite.
Em uma noite apoteótica, onde as entradas chegariam a custar 150 TEX, Deborah se consagrou por ser a primeira mulher a ter, em público, relações sexuais com um advogado 2.0. Foram registradas 23 ejaculações precoces. 5 homens desmaiaram por excesso de excitação.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Ilustração IX

por danilo da perna torta

ILUSTRAÇÃO IX:
ACASO E PREDESTINAÇÃO


dizem que, no momento em que o pequeno bruno iha teve seu lampejo de inspiração e escreveu o poema que selaria o destino de texugo city, uma grande nuvem cinzenta 'pairou sobre os edifícios' da cidade, impedindo que o raio de sol que salvaria seu coraçãozinho das mágoas penetrasse pela janela de seu quarto.


domingo, 1 de fevereiro de 2009

Capítulo XXII

por tito peçanha leitão, a última coca-cola do deserto

CAPÍTULO XXII:
AS 3 GRANDES MAZELAS DE TEXUGO CITY


Não, não vou falar de advogados.
Gilmar Vinagre e Danilo Taxidriver na reunião de cúpula do dia 5 de setembro chegaram à conclusão de que advogados não eram, por hora, o maior problema de texugo city. para ser mais preciso foi considerado o quarto problema mais grave.
Não havia muito o que fazer. Os advogados haviam formado uma massa compacta em torno dos muros. 23 milhões de acéfalos retardados empurrando os muros. Durante alguns dias os muros foram sistematicamente aumentados e alargados até que pararam de ceder. um equilíbrio grotesco.
Agora no interior da cidade a coisa tava à beira do caos. porquoi? por 3 motinos simples:

1) esgotamento dos entorpecentes. o último cigarro havia sido fumado há 13 dias, o último baseado há 17, a última gota de álcool foi bebida há 8, os últimos analgésicos foram engolidos há 11 e o último muffin de maconha foi comido há 9. Por dois dias a cidade passou fermentando xarope de groselha e biotônico fontoura. Mais um fumando cigarros "psicológicos" de cortiça e jornal. Mais três de vodka à base de detergente. Um último suspiro com água sanitária e acabou-se tudo. sobriedade total, fudeu.
entre os dias 25 de agosto e 5 de setembro 413 pessoas se suicidaram e 771 morreram intoxicadas. 6,667 pessoas foram diagnosticadas com depressão por Sigmund Chester, o psicanalista das estrelas.
78 dos 89 cientistas da UFRT trabalhavam deseperadamente para criar uma droga, qualquer droga, a partir de algum material abundante na cidade.

2) escassez de mulheres. havia exatamente 23 homens para cada mulher em texugo city. Uma pesquisa organizada pelo sexólogo Paulo P. Pinto revelaria que 88% dos homens não fazia sexo há pelo menos 10 dias. a mesma pesquisa apontaria também que 58% dos homens não fazia sexo há mais de 2 anos, mas isso não parece ser relevante para a estória. o que importa é que a coisa tava a ponto de explodir. não, "coisa" não tem um duplo sentido, mesmo porque sabemos que esse outro sentido não explode nessas circunstâncias.
a média de estupros por dia era 43. 173 suicídios parecem ter sido motivados pela abstinência.
a situação se acalmou um pouco quando Lorena Heartcrasher, lendária diretora pornô e membro honorário da resistência, aceitou dirigir um programa de satisfação sexual, lançado no dia 29 de agosto. Basicamente eram apresentadas em diferentes estações de metrô 4 estilos de peça pronô: Soft (também conhecido com "tradicional"), Hard Core (ou "putaria"), Fetiche (ou "sadô-masô") e Homoerótico. No final da peça os espectadores se dirigiam ao "Cafuné Erótico", onde tinham direito a 10 minutos de Glory Hole (usem a imaginação) com um "massageador estratégico" anônimo.
O GEME, Grupo Especial dos Massageadores Estratégicos, se tornaria em pouco tempo o grupo de interesses mais poderoso de texugo city.
47 membros do GEME, 38 mulheres e 9 homens, usavam variantes de "Julie Paramore" (Gemmie Paramore, Julambe Paramore, Julie Pegamais, Julie Gememore, etc...) como pseudônimos no momento da "interação".
Julie era sem dúvida o maior sex symbol de texugo city.

3) Falta de água. No dia 3 de setembro a água seria cortada por uma decisão estratégica do BOTOCS. As caixas d'agua estava cheias o suficiente para que a cidade cozinhasse e bebesse água por dois meses. Com o sistema de captação de água da chuva haveria água por praticamente tempo indefinido.
O problema crítico era a higiene. simplesmente não haveria água para higiene pessoal, limpeza, lavagem de roupas e esgoto.
em outras palavras: um puta de um fedor cruel.
Os fossos dos elevadors foram adaptados para servirem de latrinas e um razoável sistema de isolamento odorífico (existe essa palavra?) foi instaldo, mas a situação era grave. as pessoas estavam cada vez mais fedidas. o metrô estava insuportável.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Capítulo XXI

por tito procópio peçanha

CAPÍTULO XXI: A INCRÍVEL E TRISTE ESTÓRIA DE BRUNO IHA E SEU DESTINO DESALMADO

Vocês devem estar se perguntando como teve continuidade a saga de bruno iha. Sendo essa estória não mais que um exercício sobre o alcance da estupidez humana não podemos nos despreender da evolução do agente empírico que, como o vôo da borboleta que causa um tufão na manchúria, é a origem primordial de toda a desgraça que aqui tão carinhosamente desenvolvemos.
No último episódio vimos como nosso ilustre anti-herói percebeu que sua jornada seria, para a infelicidade do personagem e para o bem geral da nação, totalmente solitária.
Bruno Iha sabia que era tarde demais para tentar salvar a vida de letícia, mas pensou que ainda poderia fazer um grande bem à humanidade com o grande poder que emanava do death note. Era só descrever as circunstâncias da morte e o destino de qualquer um estaria selado.
- qualquer um, sorriu
Infelizmente nosso leitores já sabem o futuro dessa saga e já estão cientes de que bruno não fez o favor de matar Marta Suplicy ou o terrível Dr. Yoshi com um meteorito, uma doença venérea de cabras ou com um figo envenenado.
O que os leitores não sabem é que Bruno Iha tinha uma concepção bastante peculiar de "bem para a humanidade". E um senso de humor ainda mais peculiar. Nosso infame pensador escreve, com um misto de ironia, insanidade e sabedoria, simplesmente:

Literatura - Márcia Goldschimit escreve um livro de sonetos eróticos e ganha o nóbel.

Leve estremecimento de prazer.
- genial.
A estranha sensação de alegria sincera e liberdade duraria 12 passos e 13 degraus.
- sangue
Os últmos degraus da escada estavam enxarcados de sangue. Um lento fio de líquido grosso e latejante escorria em direção ao chão de marmore carrara no hall. Explosão.
Um longo grito rasga o silêncio. múmia paralítica. Nos 30 segundos que se seguiram os tons se tornavam cada vez mais graves. Nos 7 segundos seguintes cada vez mais mórbidos. Nos últimos 8 segundos um grande ornitólogo diria que é o grito de vingança de um tucano esquizofrênico. 17 segundos de pausa. última e macabra nota de desespero.
Grave estremecimento de pavor.
- paff
descendo do terceiro para o segundo degrau bruno escorrega. suas mãos suadas agarram o corrimão. seus formosos quadris descem estabalhoadamente batendo nos últimos degaus até deslizar pelo sangue que cobria o chão. A mão se solta. A cabeça bate no primeiro degrau como um coco preenchido com concreto bateria num parachoque.
o corpo desce vagaroso. 156 segundos depois as gordas bochechas de Bruno iha se encostariam no gelado do piso e no pastoso do sangue.
- eu sabia que a gente boiava no mar vermelho mas não achei que era tão vermelho. deve ser coisa dos bizantinos.

continua no próximo episódio.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ilustração VIII

por danilo da canga torta

ILUSTRAÇÃO VIII: PORQUE O SEGURANÇA DE JULES PARAMORE NÃO SALVOU JULES PARAMORE


(para aqueles que não entenderam, uma breve explicação: porque o imbecil calçava as havaianas errado e devia correr tão bem quanto a mulher do sanduíche-i-che fala ouvindo no ponto...)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Ilustração VII

por danilo das ramparias

ILUSTRAÇÃO VII: O ALTO CUSTO DE VIDA


algumas das manifestações mais sinceras deste mundo de atrocidades.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Capítulo XX

por tito peçanha le couchon

CAPÍTULO XX:
PADRÕES DE DISPERSÃO E DEPRESSÃO


Até o dia 4 de setembro de 2013, 3 semanas após o início do Processi, pouca coisa mudou. Em texugo city como no mundo o desespero que se seguiu ao rompimento do Habeas Corpus (isolamento da área atingida pelo virus) ia pouco a pouco se transformando numa longa e silenciosa melancolia.
A epidemia se expandia como um bom e velho processo jurídico: devagar quase parando. e da mesma forma que não conseguira se livrar da estupidez burocrática dos advogados 1.0 as autoridades não conseguiam agora acabar com a incompetência mórbida dos advogados 2.0. lamentável.
Estudos feitos pelo SERINGA (Setor Especial de Registro, INspeção e Gestão de Atrocidades), órgão vinculado ao governo do BOTOCS, produziram os seguintes dados:
1) os advogados 2.0 não tinham se dispersado além de um raio de 1,933 km da sede da Agonizzi & Sons na Cidade do Texugo.
2) Já havia 54,771,700 individuos infectados com colhões.
3) em 2 meses o território nacional inteiro deveria ser atingido pela epidemia.
4) o BOTOCS já tinha conseguido desviar R$ 138,443,667,781 desde o início do Processi, sem contar as propinas recebidas da MEGACORP através da ONG de fachada ATSG.
5) Com a compra de imóveis, apreensão de propriedades cujos donos haviam morrido, a verba de reconstrução que poderia ser desviada, com a valorização das ações de empresas estrategiamente compradas e com a venda de medicamentos, os membros do BOTOCS e a MEGACORP calcularam que poderiam ainda ganhar 17 trilhões de dólares.
- dinheiro pra caralho, pensou Edson Bay, diretor do SERINGA
- dá para relaxar e gozar pro resto da vida e por mais 10 reencarnações, pensou Marta Suplicy
- Hiji mirigikata sushi arigato kitayamanana, pensou o terrível e honorável senhor Yoshi, presidente e acionista da MEGACORP.

Só que para que o plano maléfico desse certo era necessário que uma combinação bastante peculiar de fatores: a maior área possível do território precisaria ser infectado no menor espaço de tempo possível, precisaria haver o mínimo de resistência possível (para não danificar as propriedades) e, acima de tudo, era preciso que a cura fosse encontrada rapidamente, e de preferência que a patente fosse de um dos 247 laboratórios da MEGACORP.
Cada dia a menos sem a cura era um dia a mais de degradação das propriedades e cada obstrução da expansão da epidemia era uma cidade a menos para aplicar o golpe. bilhões e bilhões pareciam escapar por entre os dedos dos oportunistas.

No dia 3 de setembro, em uma reunião ultra-top-secret com o BOTOCS e a MEGACORP foi elaborado um plano tão perverso quanto a própria ambição de seus mentores. Foram estabelecidas 3 frentes de ação:
1) Combater a resistência de forma a maximizar as formas de captar propriedades e minimizar os danos às propriedades já adquiridas. prioridade para texugo city. Baixaram um decreto criminalizando toda e qualquer ação de resistência e cortaram a água e a luz das regiões atingidas.
2) intensificar as pesquisas em busca da cura para os colhões. inclui métodos como espionagem, uso de cobaias humanos e suborno.
3) Acelerar a expansão da epidemia em regiões estratégicas. Advogados eram literalmente trasportados para infectar regiões inteiras.

Poucos sabem que os aviões lotados de advogados 2.0 que cairam no dia 4 de setembro enquanto voavam clandestinamente sobre Paris, Londres, Berlin, Nova Iorque e San Francisco haviam sido preparados pela MEGACORP.
A gigante japonesa ganharia naquele dia US$ 1,772,429,728,551 apostando na queda das ações de empresas até então tidas como sólidas. A MEGACORP ganharia ainda com a intensificação pela busca de uma cura para o virus financiada por potências agora diretamente atingidas pela catástrofe.
Naquela noite 32 milhões de pessoas iriam às ruas de chicago ver o show histórico da dupla 50 cent & Maria Carey pela celebração da morte da cultura.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Capítulo XIX

por danilo poliglótico

CAPÍTULO XIX: MORTE E VIDA SEVERINA

havia uma tremenda goteira na cozinha. o sorriso sem dentes denunciava nada além de uma boca banguela. desta vez era demais se levantar para buscar um pano, não havia porque enxugar qualquer coisa que fosse, simplesmente não havia força neste mundo que valesse a pena. as pequenas colônias de musgos sobreviventes nas fendas de azulejos voltavam agora ao seu fundo de mar ideal, recusavam a primeira leva de água como se não a reconhecessem, obrigavam-na a cercá-la para então aceitá-la de uma só vez, quando estivessem certas de que era para sempre. e a água ia tomando, continente por continente, todo o meu mundo gelado, selando sob sua capa de vidro qualquer lembrança de um toque seco. o teto precisava era de um reparo; não era grande coisa, uma escada, um balde, alguns panos, a boa e velha massa corrida e uma colher de pedreiro. com certeza, pensou, isso me bastaria. estava agora quase convencido de que valia a pena se levantar, imaginava o toque do cabo de madeira, o estampido da lata abrindo que fazia pular os farelos de massa seca e a primeira força que se faz ao furar a superfície sólida, alcançando o miolo mole e torcendo tudo, misturando, mexendo até ficar no ponto. ah, pegar aquela primeira porção de massa e atirar desajeitada no buraco, desacreditar por um segundo que aquilo possa vir a ficar sequer aceitável, ir espalhando, alisando, alisando, tirar o excesso, alisar, raspar e... está bom de novo! descer da escada com um suspiro de satisfação, ter que esperar alguns segundos até que o torcicolo lhe permita olhar novamente para cima e admirar o serviço completo. isto, isto vale se levantar. deu um impulso e a cabeça veio repousar novamente no chão. -bravo, idiota, desta vez quase acreditou que poderia levantar de novo. sentiu um formigamento nas pernas e imaginou que talvez fosse a água já tivesse chegado lá.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Capítulo XVIII

Por tito peçanha leitão, o ultimo cigarro de texugo city

CAPÍTULO XVIII: HAVE A CIGAR

23 de agosto de 2013

Sete horas da manhã. Sentado na privada de um banheiro fétido no trigésimo segundo andar da torre joelma plaza o jovem músico independente David Magalhães observava tranquilamente, atravéz de uma enorme rachadura na parede, um grupo de senhoras decreptas plantar algumas batatas ao lado do que fora há décadas uma prisão de segurança máxima no centro da cidade do texugo. e fumava, fumava com um prazer indescritível.
David sabia que se Murilo Morisson, um dos 14 rebeldes que dormiam com ele no que fora uma sala de espera de um psicanalista conceituado, descobrisse que ele havia fumado seus 3 últimos cigarros provavelmente seria espancado.
- para ser otimista
Nosso herói os havia furtado da latinha de altoids onde o colega os guardava enquanto esse dormia e aproveitava seu turno de vigia na estação do metrô "Cintilante Dente Canino do Texugo" para fumá-los às escondidas.
O que nosso pequeno companheiro não sabia é que fumava naquele momento o que seria o último cigarro de texugo city - e possivelmente o último cigarro num raio de 100 kilômetros.

Murilo Morisson era membro fundador da Juventude Maconheira (JUMA) e mentor do audacioso plano de manter uma plantação de maconha nos jardins de Texugo City. Conseguira apenas 10 metros quadrados para tal, pois Gilmar Vinagre havia concedido 788 metros quadrados ao "projeto horta da saúde", da Casa do Pão de Queijo, grupo de interesse das velhas liderado por Vilma Vinagre, mãe de Gilmar.
Murilo largara a escola no segundo colegial para abrir uma loja de panetones visconti no metrô Cintilante Dente do Texugo. Ganhava US$ 900,000 por mês vendendo panetones de maconha a clientes, por assim dizer, especiais.
Desde o início do Processi já faturara 3,628,991 cigarros. Fumara 831 e reinvestira os demais na produção. perdera quase tudo com a crise energética. Seus últimos panetones de maconha seriam roubados. Trocaria seus últimos 188 panetones "tradicionais" por uma lata de altoids com 10 cigarros e se inscreveria como guarda do metrô.
Se controlando como uma elefanta grávida com catapora descendo vagarosamente por uma longa escada de corda cheia de musgo em direção a uma lagoa num calor de 45 graus, Murilo consegue passar o dia 22 de agosto com apenas 7 cigarros.
no dia seguinte, enquanto descia pelas escadas de incêndio os 32 andares do edifício joelma plaza que o separavam da entrada do metrô nosso querido tabagista acariciava obsessivamente a caixinha de metal onde guardava os preciosos compridinhos. Murilo suava. a lata quente, molhada em suas mãos.
- quando chegar lá embaixo
chegou. abriu a latinha.
vazio.
Murilo não teve forças sequer para gritar. sentou-se lentamente como apenas um velho se sentaria. apoiou a cabeça pesada sobre os joelhos e chorou. chorou talvez porque não lhe ocorreu amaldiçoar. seria desespero se não fosse melancólico, seria melancolia se não fosse desesperado. era nada, vazio.
infeliz, talvez. triste apenas como mãos vazias.

32 andares acima David encostaria suavemente a cabeça na parede, deixa o filtro cigarro cair no chão. quase chorava, solitário, a ausência de seu violão.

Capítulo XVII

por Tito Peçanha Le Couchon (Narração) e Carlos Elias 2.0 (Caderno)

CAPÍTULO XVII:
MORTE - O ALTO CUSTO DA VIDA


Lembram do doce e inocente bruno iha? do pueril e solitário responsável por essa infinita tragédia? É parte da sequência de sua infame trajetória que esse capítulo deve recuperar.
Depois de jurar vingança à raça dos advogados carnívoros e decidir que salvaria seus pais e sua querida vuela nosso famigerado e infeliz anti-herói teve umaa estranha idéia:
- nunca conseguirei fazer isso sozinho.
é. pelo jeito não estava no conhecido humor "lobo solitário". e definitivamente não lembrou do velho ditado "antes só do que mal acompanhado". pensou:
- porque não o Carlos? ele sempre manteve um profundo desejo por vingança, mora aqui perto e conhece o inimigo como ninguém.
Carlos havia sido promovido a Xerocador de Contratos Júnior na Agonizzi & Sons na semana anterior.
Bruno vestiu sua camisa preferida, onde se lia "eu fui a Quixeramubim no Rio Grande do Norte e vi o maior Cajueiro do Mundo" e saiu em direção a casa do amigo armado apenas com um chaco, a faca de cortar panetones de sua dulce vuela e 12 caixas de fósforos.
Não pegou o carro - sua mãe o mataria se soubesse que dirigiu sozinho num dia de lua cheia. A bicicleta estava quebrada, para variar. foi a pé.
As ruas estavam estranhamente vazias.
Chegou. pela primeira vez em anos viu o portão aberto.
- estranho.
Entrou. Foi até a porta. A chave estava lá, destrancou.
- Merda
Havia machucado o dedo ao virar a maçaneta, para variar. bosta de porta.
Entrou. Ninguém, subiu as escadas.
Quarto de Carlos. ninguém. nada de estranho, apenas um enorme poster de Jim Morrison completamente nu e um caderno preto fechado sobre a mesa. dois pensamentos.
1) completamente gay
2) porque não ler?
Na capa se lia em letras prateadas "Death Note". Abriu. Apenas a primeira página havia sido usada. Caneta bic azul.
- nipeless

Letícia A. Morsa - Letícia não morreu, foi Morta.
Quando Carlos começou a estagiar na Agonizzi & Sons já imaginava que talvez nunca se tornasse mais que um cadáver adiado que procria, mas nunca cogitou a possibilidade de que em algum dia seu único desejo fosse alimentar-se de carne humana viva.
Nem Letícia.
Quando, por coincidência, encontrou Carlitos não notou, desatenta que era, as suas feridas podres e sanguinolentas, o seu andar lento, retardado e o seu olhar oblíquo e mórbido. Logo foi abraçá-lo.
- Carlitos, querido, como vai?
Carlos já mordia seu pescoço, seus braços (que ainda em vida afirmava que eram gostosos), seus seios, seu ventre, suas pernas. E Letícia tentava se desvencilhar. Não conseguia. Carlos a prendia firmemente enquanto alimentava-se da sua carne.

Bruno estava sozinho.
- Merda, pensou o personagem
- Thank God, pensou o autor

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

intervalo da metralhadora

eu estou estudando para recs, márcio e danilo (acho que danilo está juntinho) estão viajando. portanto aproveitem agora que a dupla zamboni não está publicando sua metralhadora de capítulos e publiquem suas partes. é bom que eles deêm uma brecha para os outros psotarem e se acostumarem com a história que eles tão conduzindo praticamente sozinhos.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ilustração VI

por tito peçanha le couchon

ILUSTRAÇÃO VI: OLHO DO FURACÃO


[clique para aumentar]

esboço da situação de texugo city por volta do dia 25 de agosto de 2013 na esquina da cipriano barata com a teodoro centeio, localidade chamada pela resistência de "olho do furacão".
Veja o capítulo anterior (XVI) para entender melhor.

Capítulo XVI

por tito peçanha le couchon

CAPÍTULO XVI:
O DIA EM QUE TEXUGO CITY APAGOU

15 de agosto de 2008

4:oo - em reunião ultra-secreta com a MEGACORP, Marta Suplicy, presidente do país, decide cortar a energia elétrica de todo o habeas corpus.
Há boatos de que um contrato firmado alguns dias antes definia que toda a energia elétrica excedente seria vendida a preços módicos a uma monstruosa usina de Aluminio que, não por acaso, pertencia à MEGACORP. Considerando que a região do habeas corpus consumia 32% da energia elétrica do país podemos dizer que haveria um GRANDE excedente de energia.
Duas horas depois a MEGACORP faria um doação de US$ 144,000,000 à ATSG.
4:03 - A cidade do texugo, antes constantemente iluminada durante a noite (já que ninguém se dera ao trabalho de apagar as luzes e os advogados não tinham feito nada que comprometesse a rede elétrica) fica subitamente completamente no escuro. breu absoluto.
4:05 - pânico generalizado em texugo city. 453 pessoas morrem pisoteadas
5:13 - convocada, num macabro telefone-sem-fio, uma reunião de emergência no pátio do frigorífico.
5:48 - 8,292 pessoas se amontoam em torno do pátio do frigorífico, Danilo Taxidriver e Gilmar Vinagre estão sobre um caminhão-geladeira militarizado onde se lê: "texugo city, eleito pelo orkut o terceiro melhor frigorífico do país!". os demais guardam as estaçõs do metrô.
6:13 - para o grande alívio de todos o sol começa a nascer. há quem diga que nunca houve um amanhecer tão desesperadamente belo como aquele.
Alina Moinho Mulata, a mulata dos olhos de dendem, poetisa angolana exilada devido à décima quinta guerra guerra civil angolana, escreveria os famosos versos:
"Já fui do Oiapoque ao Chuí,
mas nunca Oiapoque vi
um Chuí alvorecendo
tão bonito quanto o do dí
em que texugo city apagou"
7:43 - por unanimidade é aprovada o audacioso plano de Danilo Taxidriver de reocupação de parte da superfície do Centro da Cidade do Texugo, dada a impossibilidade de continuar vivendo nos metrôs sem energia.
9:55 - prontos os preparativos o plano é posto em ação:
Uma imensa catapulta criada por Xavier Hernandes, da Toca das máquinas, lança em direções aleatórias os corpos dos mortos pelo pânico da madrugada para atrair os advogados para longe.
Enquanto isso Danilo Taxidriver cercava a área com os taxistas-estoura-miolos e acabava com os advogados que insistiam a ficar perto do frigorífico.
10:03 - Bob, o construtor e seus 5,000 empreiteiros constroem um muro de 1 metro de altura em torno da região a ser ocupada por texugo city.
10:10 - A tropa de danilo taxidriver recua para proteger a construção dos muros.
10:24 - devoradas as "iscas" os advogados começavam a voltar e eram trucidados pelos estoura-miolos.
10:32 - a trupe de Bob já estava terminando o segundo metro da muralha, agora utilizando majoritariamente entulho, restos de carros e destroços.
10:58 - terminam o terceiro metro. os estoura-miolos retornam para o interior da muralha.
11:13 - a horda de advogados já formava quase um mar em torno de toda a área da superfície de texugo city. 8 milhões de advogados famintos, agitados como em um impossível e grotesco show de rock.
13:27 - os prédios da UFRT (para o alívio da equipe de nicolau maracas, que passaria a trabalhar em laboratórios razoavelmente bem equipados) e o Joelma Plaza (prédio de escritórios), protegidos pelas muralhas, já tinham sido totalmente desavocatizados e começavam a ser ocupados pela resistência. são constuidas pontes entre os 3 prédios para tornar a circulação mais segura. [ver ilustração VI]
As estações do metrô continuariam protegidas, e eram usadas para captar os sobreviventes de todas as partes. os túneis do metrô eram iluminados apenas por tochas quando passavam grupos de pessoas rumo à superfície de texugo city.

dia 20 de agosto de 2013

quando chegou a notícia do rompimento do Habeas Corpus a Texugo City, uma profunda melancolia, um doloroso embrulho no estômago abateu todos os rebeldes.
Embora não exatamente simpatizassem com a tese de que "advogados também são gente" e com a política da MEGACORP e do BOTOCS o que mantinha o grupo de pé eram as esperanças de que a "cura" para os colhões fosse descuberta rapidamente e eles finamente pudessem voltar à vida, com um grande trauma, sim, mas com grandes e heróicas estórias para contar, também.
Era como se toda a euforia de participar de um grupo heróico, mundialmente famoso e respeitado, que exaltava o que há de melhor no homem, simplesmente se desvanecesse e passasse a predominar a sensação de que nada daquilo serviria, que em algumas semanas todos morreriam - ou pior, se tornariam advogados - e toda aquela amarga luta não passaria de uma vaga lembrança na mente de uma horda de criaturas monstruosas.

21 de agosto de 2008

um novo "censo" organizado por Gilmar Vinagre faria um balanço da primeira semana:
2,345 mortos, entre batalhas, suicídios e momentos de pânico.
1,724 novos habitantes
12,583 rebeldes, no total. 10,881 aptos a lutar.
munições para mais 2 semanas, se continuarem no mesmo ritimo.
alimento para mais 2 meses e meio, racionando.
cigarros para mais 2 dias, no mesmo ritmo. esse parecia o dado mais crítico.

Capítulo XV

por danilo do bocomoco

CAPÍTULO XV: DEFINHAR

Carina colocou a mão por baixo da barriga como se fosse segurá-la, tentando evitar a sensação de que ela se desprendesse de seu ventre e o tão estimado bebê lhe rompesse as entranhas e terminasse morto no chão. Qualquer brisa naquele momento teria trazido de volta o apreço por sua vida, mas o vento da desgraça não soprou, e o mesmo calor que a fazia inchada e indisposta a obrigava a caminhar num deserto retirante, cozinhando-a lentamente qual lâmpada de forno. O ar podia ser cortado à faca, tão sólido quanto sua desolação, e o suor que já não mais escorria por seu corpo, empoçado em areia saturada, servia apenas de molho para seu desânimo. Não havia viva criatura, ainda assim era como se a esperassem, cada pequeno farfarelar de folhas craquejando no cimento da calçada, cada imperceptível movimento no ar, cada sombra, cada cheiro, contivessem o bafo daquilo que ela mais temia. A pista elevada se estendia a perder de vista, curva aqui, curva ali, deformando-se pelas ondas de calor, o chão sempre preto, as muretas sempre brancas, os postes alinhados como em aulas de perspectiva. Entretanto, era a sua perspectiva que a fustigava, a bolsa lhe estourou já faziam alguns minutos, vários. Para frente não era possível sequer imaginar até onde, para trás quase um dia de caminhada. A borracha de seus sapatos se desfazia em fiozinhos transparentes de teia de aranha que a cada pisada se prendiam numa mancha acinzentada em forma de pegada no asfalto quente, e continuavam a puxar seu pé que já se fundira ao solado. As contrações começaram, ela pára e se contorce curvando o corpo contra as pernas, até pressionar a barriga contra as coxas e emitir um grito agudo. Não consegue nem gritar. Cai para o lado, o asfalto semi-derretido cola em seu braço queimando suas mãos e suas pernas expostas. O grito sai. Ecoa por entre os prédios, rebate-se entre as paredes em pleno desespero de escapar, definha e morre.
Anos mais tarde Walter Hego encontraria o que se chamaria de a 'mãe de pompéia', uma figura de negro sofrimento gravada em negativo no asfalto. Símbolo do sofrimento na cidade do Texugo, teria a espressividade comparada à Vitória de Samotrácia.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Capítulo XIV

Por Brunokemon, o memória de peixe

[esse capítulo era conhecido como "apêndice II" até o antigo capítulo XIV ser defenestrado pelos leitores por 3 votos a 1]

CAPÍTULO XIV: COMO VERIFICAR SE VOCÊ É UM ADVOGADO

In
struções de como verificar se você é um advogado:
1-Basicamente um advogado é um humano infectado pelo vírus colhões. Portanto, se ao olhar de perto o DNA de algum tecido do seu corpo (usando uma lupa) você verificar a presença de um vírus modificando aos poucos seu DNA, provavelmente então você está infectado e logo ou atualmente se juntará a horda da advocacia.
(Breve resumo de o que é um vírus. Vírus é um pequenino bicho, um pouco menor que um cachorro e um pouco maior que um bóson de Higgs, que apresenta apenas RNA. Eles agem de modo mui semelhante a uma comunidade hippie, comendo o que outros produzem, se reproduzindo a toda hora, e desarrumando tudo o que há em volta para dar lhes outras funções. São em sua maioria mais organizados que hippies.)
2-Se você chamou a maioria dos seus amigos pra sair, e todos eles recusaram, provavelmente tu és um advogado, ou um nerd.
3-Se você acordou hoje dentro de um caixão, ou embaixo da terra, provavelmente tu és um advogado semi-abatido, ou tens catalepsia, ou você é Jesus.

Como agir caso sejas um advogado em potencial: Tente se alimentar a base se soja. Soja consegue substituir razoavelmente bem leite, carne, queijo, grãos quaisquer, aperitivos, bom senso.

Como agir caso você não seja um advogado, mas apresento no mínimo um sintoma indicado acima: o caso não é preocupante para os outros, somente pra você. Tente arranjar uma vida social. Caso você descubra que é o Salvador, tente ficar longe de italianos, não se preocupe se você escuta vozes na sua cabeça, me contate para vender sua história para mim.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Multimídia I

por tito peçanha leitão, o hermeneuta

MULTIMÍDIA I:
O DIA EM QUE A TERRA PAROU




"Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
o planeta
Naquele dia, ninguém saiu saiu de casa, ninguém

O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão, também não tava lá
e o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar

No dia em que a Terra parou (Êêê)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou

E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar

No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Uuu)
No dia em que a Terra parou

O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar

No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Foi tudo)
No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou"

Raul Seixas

Esse foi o dia 20 de agosto de 2013, sexta feira.
Por algum motivo misterioso em todo o mundo ninguém sai de casa. e ninguém saiu de casa por que ninguém saiu de casa. quem sairia de casa não saiu por que sabia que ninguém mais sairia. Era medo generalizado de estar andando na rua e, sem nenhum aviso, contrair colhões ou ser literalmente devorado por um advogado.
Mas era um medo estranhamente resignado, passivo. Calmo, ao contrário da histeria que se observara no início do processi.
A noite caia fresca e silenciosa, tranquila.
O ibope do último capítulo novela das 8, "A ardente paixão de Teresa Regina por Henrique Gabriel" bateria todos os recordes, chegando à estonteante marca de 128. Um anúncio de 10 segundos chegaria a custar R$ 238,000,000.
Reinava por toda parte uma estranha calma.
- Calma demais, pensou Pedro Bial (apresentador de tv e lider espiritual, 78 anos, 53 plásticas e 97 aplicações de botox) antes de iniciar a gravação ao vivo da grande noite de eliminação no Big Brother Brasil 23.
Grande expectativa do público, afinal, Keyla e Tarsiana Nunes se enfrentavam no paredão.
- será uma grande noite, pensou dona Etelvina, assinante do pacote do bbb 24 horas. Tinha insônia e agorafobia. não saia de casa desde que seu marido morrera a 23 anos. só comia china in box e passava o dia inteiro escolhendo as melhores câmeras para observar tudo o que acontecia na casa. tudo. mantinha um blog "tudo sobre o bbb23". recebia 3 acessos por dia. "eles não sabem o que é bom", pensava.
2 horas de pura enrolação depois 180,ooo,ooo brasileiros olhavam atentamente para a tv aguardando o grande momento.
- Keyla, keyla, keyla! sussurrava dona Etelvina, ansiosa.
- e o eliminado bebacocacola dessa grande noite bebacocacola é bebacocacola aaaa... dizia Bial em tom de grande expectativa.
- KEyla, KEEyla, KEEEEEEYLAAA! gritava agora dona Etelvina.
Foi nesse momento que Marquinhos Santos, um dos bbbs, formado em direito pela Unifonex, entra correndo na sala e tasca uma suculenta mordida no pescoço de Tarsiana Nunes.
dona Etelvina faz um cálculo rápido: mandioquinha, onde ficava a mansão bbb ficava a exatamente 1424,3 km da Cidade do Texugo.
- Fudeu, pensou.
Bial era devorado ao vivo na tevê, Keyla espancava Tarsiana Nunes com uma cadeira quando Marquinhos Santos começa a devorá-la pela coxa.
O isolamento do Habeas Corpus havia falhado.
Pânico Generalizado, Total Caos.

Capítulo XIII

por pedro danilo paulo de lustosa souza coutinho romões

CAPÍTULO XIII:
BACHARELADO - COISA PÚBLICA


San Frantchesco de Brito Crotche saiu do grêmio de instituição homônima sem nada suspeitar de sua condição. A manhã já amadurecida despontando fora das paredes de pedra centenárias tornara o ar tão quente que parecia bater em sua pele desprotegida e empurrá-lo para trás roubando o pouco ar de seus pulmões. Sua primeira reação foi fechar o casaco que trazia aberto e preso entre as alças da mesma mochila de sempre até perceber que esta tinha sido a idéia mais estúpida que tivera desde quando falou que João Ferreira Gullar Machado de Costa e Pinto fora o reformador da terceira ordem de jurisdição alfandegária ao instaurar o processo de reburocratização das taxas base da alíquota parcial do valor de revenda num seminário para toda sua turma e mais os professores mais renomados, aqueles para os quais 'pagava um pau' quando na verdade fora Augustino Peixoto Bocanhuva e seu parceiro e desembargador da receita federal Josmar da Costa Alencar e Souza os responsáveis por tal façanha, despontando dentre os mais honorários advogados legisladores da história.
Tamanha era a sua distração, e tão fundo era o poço ao qual se atirara tentando desvendar as maracutaias mais descaradas de uma história tão rica em entretenimentos e estímulos racionais como a história jurídica nacional que nem sequer arranhou sua concentração o fato de estar completamente sozinho em pleno centro da Cidade do Texugo. Não teve o mínimo discernimento para reparar que o fato pelo qual não tinha precisado olhar para atravessar qualquer rua e por não ter até então levado nenhuma buzinada na orelha e talvez por estar sentado já há uma hora e meia dentro de um ônibus vazio no Terminal Rodoviário Estelional Brás e nada lhe ter acontecido até agora, que alguma coisa estivesse pelo menos 'estranha'.
Reparou que havia um buraco em sua camisa, uma mordida que seu amigo Daniel Correa dera de brincadeira em seu pescoço antes da grande discussão do seminário de legislação de tribunais, apogeu de seus estudos até hoje. 'Fora um acontecimento épico', seus pensamentos já se distanciando da mordida incômoda, 'nunca pensei que houvesse tanto a se discutir de um assunto já tão explorado pelo grande mestre Eterônimo Siqueira', e já começara a se desfazer em divagações referenciais e catálográficas de sua vasta bibliografia acumulada em horas e horas de banho de luz fluorescente e propina à burocrata da bibliotecária Mara quando percebeu que alguma coisa de fato devia estar errada pois TODOS a sua volta falavam de questões jurídicas interessantíssimas, ou teciam as mais belas teorias em demagogias melosas que desbancariam qualquer professorsinho pedante da FUCT, Faculdade Universidade de Cidade do Texugo, naquele apogeu de prolixidade que o fez ficar de pau duro de tão excitante.
Nunca lhe passou pela cabeça que colhoes, o qual viria mais tarde a saber o que era, pudesse ser algo ruim.

Capítulo XII

por tito peçanha leitão, the mulato of morro do coco

CAPÍTULO XII: CAOS INTERNACIONAL


3 dias depois do início do Processi, apesar do Habeas Corpus estar (aparentemente) devidamente isolado, o cenário internacional era caótico.
Para começar todos os países fecharam suas fronteiras e cessaram todas as formas - legais - de comércio internacional.
total caos.
Casas eram transformadas em fortes, pessoas acumulavam estoques de comida. O preço das armas aumentara em 4000%, o dos alimentos 2700%, o dos combustíveis 1300% e o dos materiais de construção 800%. Bancos quebravam devido à corrida por saques.
Como se não bastasse o jornal Saudita "Luz de Allá" havia denunciado ao mundo a existência do "exterior do Quarto", fortaleza mantida pelo governo dos países mais ricos do mundo e considerada o único lugar a salvo de uma pandemia de COLHOES, causando grande roboliço na população e entre os políticos. A denúncia ocorrera apenas porque o barão do petróleo e dono do dito jornal, Salomão Podredehiquedi, se recusara a pagar US$ 17,000,000,000 por uma única vaga no famigerado refúgio.
A comunidade holandesa "land vrij van advocaten" (Terra livre de advogados), protegida por monstruosas muralhas e um exército particular, mantinha estoques de alimentos e munição para garantir a sobrevicência de 30,000 pessoas por 30 anos, vendia micro-apartamentos a US$ 2,400,000,000 e cobrava uma "taxa de condomínio" de US$ 2,000,000 por pessoa por dia pela permanência em seu interior.
Uma rede de hospitais corruptos na frança vendia vacinas contra colhões.
Uma seita evangélica vendia terrenos no céu.
Milhões peregrinavam para jerusalém, para a meca, para o vaticano ou para qualquer outro lugar sagrado buscando alguma forma de redenção espiritual antes do "grande fim".

Uma corrente liderada pelo G8 propunha o lançamento de uma bomba atômica de hidrogênio sobre o Habeas Corpus para "resolver de uma vez o problema". Ironicamente essa proposta só não tinha sido efetuada ainda devido à grande influencia da mostruosa multinacional japonesa MEGACORP, que investira US$ 426,000,000,000 na compra da quase totalidade dos imóveis da região e assinara contratos estonteantes com o governo do BOTOCS para efetuar a reconstrução de toda a infra-estrutura da área.
O gigante japonês ajudaria, inclusive, a financiar a famigerada campanha "COLHOES is the new AIDS" de incentivo à busca de uma cura para o virus no lugar da eliminação dos infectados. Conseguiram (com muita grana, é claro) até o apoio da ONU, que emitira uma nota declarando que qualquer atentado contra advogados era um desrespeito aos direitos humanos e seria julgado como crime de guerra.

Talvez a face mais interessante da crise internacional seja a ação do newCACTUS, um movimento de resistência mundial que, seguindo a linha ideológica do CACTUS (para os quais todas as moléstias da humanidade, inclusive o Processi, eram causadas por advogados alienígenas) passou a assassinar sistematicamente, nos 4 cantos da terra, todos os profissionais defensores de interesses particularistas (antes conhecidos como advogados) remanescentes, portadores ou não de colhões.
Calcula-se que, apenas na primeira semana que se seguiu ao processi, 48% dos profissionais defensores de interesses particularistas sem colhões tenham sido mortos. No Brasil a cifra chegava a 89%. No Habeas Corpus havia apenas 3 advogados sem colhões vivos.

Glossário

A pedidos. Referência de personagens, siglas e nomes importantes para facilitar a leitura da estória.
este post está completamente aberto a alterações e atualizações
em caso de dúvidas usem os comentários desse post. Com sorte um dos membros do corpo produtivo responde.

sim, eu estava MUITO entediado quando resolvi fazer isso.

GLOSSÁRIO
(em ordem alfabética)

A&S = Agonizzi & Sons, empresa onde se inicia o processi.
Advogados 1.0
= Profissionais Defensores de Interesses Particularistas. conhecidos simplesmente por "advogados" antes do processi.
Advogados 2.o
0u simplesmente advogados (depois do início do Processi) = individuos infectados pelo virus COLHOES. comem seres humanos não infectados. o nome é referência ao local onde a epidemia começou, um escritório de advocacia.
Adevogado
= advogado 2.0
Agonizzi
= acionista majoritário da Agonizzi & Sons, primeiro advogado 2.0
Alexandre Frota = ator pornô.
Alina Moinho Mulata = A mulata dos olhos de dendem. Poetisa Angolana exilada na Cidade do Texugo, integrante da resistência em texugo city.
Aline, a Estegossaura = Estegossaura encontrada pelo CASEX nos subterrâneos da cidade do Texugo.
ATSG= Advogados Também São Gente = ONG de Faixada que defende os direitos humanos dos Advogados. Slogan: "nossos inimigos são os colhões, não os advogados". Envolvida num sistema de corrupção com a MEGACORP e com o BOTOCS.
bbb = Big Brother Brasil = Reality Show.
Bizungão = Quartel General da Casa das máquinas
Bob, o construtor = comandante dos 5000 empreiteiros responsáveis pela construção de uma muralha em torno da superfície de texugo city.
BOTOCS = Bloco da Oligarquia Trabalhista pela Onipresença das Causas Sociais, partido de Marta Suplicy.Envolvido num esquema de corrupção com a ATSG e a MEGACORP.
Bruno Iha = autor dos poemas que induziram a formação do novo virus no cérebro do Dr. Agonizzi
CACTUS = Comando Anarquista de Caça aos Traidores Universais da Sociedade, moviemnto de resistência sediado na estação-forte topeira da cptm. Teve seu auge com a adesão de Kurt Kokain. Sucumbiu no segundo dia do Processi, durante um show de Julie Paramore.
Carina = Vítima aleatória do Processi. Ficou conhecida como "a mãe de pompéia" pelas gerações posteriores devido à sua morte dramática.
Carlos Elias = Estagiário da Agonizzi & Sons, Amigo de Bruno Iha.
Casa das máquinas = Movimento de Resistência. união das 3 maiores centrais de radio táxi , do sindicato dos mecânicos de diadema, do coletivo dos motoristas de máquinas pesadas de parelheiros e do clube experimental de militarização de máquinas civis. Daria origem à Toca das Máquinas.
Casa do Pão de Queijo = Grupo de interesse formado por velhas de texugo city. liderado por Vilma Vinagre.
CASEX = CApitalismo Selvagem EXplorações s.a.= braço petrolífero da gigante japonesa MEGACORP. Encontrou Aline, a Estegossaura. Desenvolve o PROGEPE.
CC = Comedores de Criancinhas. Como a ATSG e o BOTOCS se referem à resistência.
Cidade do Texugo = segunda maior cidade do país, local onde se inicia o Processi.
COLHOES ou Colhões= COrruptor Leushimanióico de HOnestidade em Expeculacionismo Simbiótico. Virus que transforma seres humanos em Advogados 2.0, descoberto por Nicolau Maracas. É transmitido por sangue ou por saliva.
CT = Confederação dos Trouxas. Como a resistência chama os seguidores da ATSG.
Danilo Taxidriver = Comandante da radio-taxi "Taxi fácil", fundador da Toca das Máquinas. Depois se torna imperador dos subterrâneos de Texugo city.
David Magalhães = Rebelde de texugo city e músico independente.
Death Note = Caderno de Anime japonês homônimo. O caderno estaria conectado a uma entidade da morte e seu dono poderia escolher a forma como as pessoas morreriam descrevendo as circunstâncias em uma página do caderno.
Deborah, a Rainha do Anal = Estrela pornô do programa de satisfação sexual de texugo city. Primeira mulher a ter relações sexuais com um advogado em público. Pessoa mais bem paga de Texugo city.
Denise Justo = Bacharé em direito e secretária do PROGEPE.
Edson Bay = diretor do SERINGA.
EMO = Empresários da MOrte = truste de companhias funerárias.
Estoura-Miolos = tropa de radio-taxistas munidos de metralhadoras liderada por Danilo Taxidriver. Criada para proteger a superfície de texugo city dos advogados.
Etelvina, dona = senhora agorafóbica fissurada por bbb.
Franklin Massao Júnior = é o primeiro advogado a sair do prédio da sede da A&S dando início oficial ao processi.
GEME = Grupo Especial dos Massageadores Estratégicos, poderoso grupo de interesse dos massageadores eróticos do programa de satisfação sexual de Lorena Heartcrasher.
Gilmar Vinagre = Fundador e Imperador de Texugo City, phd em medicina do extermínio pela UFRT.
Gretchen = estrela pornô.
Habeas Corpus = Área de incidência de colhões = Cidade do Texugo e redondezas. isolada militarmente por Marta Suplicy com ajuda do exército japonês.
Hugo Oscabello = Amante de Lorena Heartcrasher, Irmão de Mikhail Scabello e Liderança do CACTUS. Provocou a fúria de Aline ao dar um tiro e Denise Justo.
Julie Paramore = cantora de anarco-pop.
JUMA = Juventude Maconheira. grupo de iteresse dos jovens maconheiros de texugo city.
Kurt Kokain = O famigerado autor da máxima "eu busco pó, profissionais defensores de intereses particularistas buscam dinheiro e advogados 2.0 buscam carne fresca". Morreu de Overdose na noite que aderiu ao CACTUS.
land vrij van advocaten = comunidade holandesa que vendia apartamentos supostamente a salvo de uma ekatombe zumbi a preços exorbitantes.
Legião dos Extripadores de Advogados = grupo de suicidas assassinos de advogados liderada por Sacha, o urso vingador. vinculado à casa das máquinas.
Leopoldus Vitruvius Koptaedrus = Professor Titular Vitalício da Academia Francesa de Filosofia Superior.
Letícia A. Morsa = Amiga de Carlos Elias. Há boatos de que ele tivesse sentimentos mais profundos por ela e de que não era correspondido.
Lindonéa da Silva Sauro = ex-floriculturista, primeiro portador de colhões a ultrapassar a fronteira da cidade do texugo atingindo a cidade de Marmotinha.
Lorena Heartcrasher = renomada diretora e proprietária da produtora pornô "Cafuné Erotico & Co". Ficou famosa pelo filme "Madame Suplício Suplica". Dirigiria posteriormente o programa de satisfação sexual de texugo city.
Madame Suplício = Marta Suplicy.
Marcius Riverball = Terrível líder do PLACEHBO.
Marina Thalles = também conhecida como "a última coca-cola de texugo city". Dançarina da seção "soft" do PROSSEX e sex-symbol.
Marmotinha = Cidade satélite da Cidade do Texugo.
Marta Suplicy = Presidete do país. Líder do BOTOCS e membro da ATSG.
MEGACORP = multinacional japonesa envolvida num esquema de corrupção com o BOTOCS e a ATSG.
Mikhail Oscabello = militante da Casa das Máquinas.
Moita = presidente dos EUA
Morgana Dark = estrela pornô.
Murilo Morisson = rebelde de texugo city e membro do JUMA.
newCACTUS = revival internacional do CACTUS. Assassinava também advogados não portadores de colhões.
Nicolau Maracas = cientista de texugo city, descobriu e nomeou o virus COLHOES.
OPDIPB = Associação dos Profissionais defensores de Interesses particularistas do Brasil = ex-OAB.
Paulo Emcoma = Conceituado economista de texugo city.
Paulo P. Pinto = sexólogo de texugo city.
Pedro Bial = apresentador do bbb.
PLACEHBO = Pacto da Liga Arqui-Corrupta dos Estelionatários Homeopatas pela Busca da Opulência. Organização de Homeopatas insecupulosos. Pretende conquistar o mundo. Liderada por Marcius Riverbell.
Processi = termo forjado pelo Romeno Tzderan Samsa para designar a ekatombe zumbi que acometeu a Cidade do Texugo. Começa oficialmente com a saida do advogado 2.o Franklin Massao Júnior da sede da Agonizzi & sons.
Profissionais defensores de Interesses particularistas = eufemismo para "advogado" depois que o terno passou a ser usado para designar portadores de colhões.
PROGEPE = PROjeto GÊnese do Petróleo. Comandado pelo CASEX, pretende desenvolver petróleo sintético a partir de experimentos com Aline, a Estegossaura.
PROSSEX = PROgrama de Satisfação SEXual = programa dirigido por Lorena Heartcrasher para contornar a escassez de mulheres em texugo city.
PS = Petróleo sintético desenvolvido pelo PROGEPE.
Quarto, o = Todos os lugares do mundo considerados não devidamente seguros contra a ameaça do Processi pelos grandes líderes mundiais. Isso abrange basicamente todos os lugares do mundo menos uma fortaleza secreta numa ilha do pacífico intensamente protegida.
Rebeldes = nome usado para designar os seres humanos que resistem militarmente à ameaça dos advogados, contrariando as decisões tomadas pelo governo. Abrange a maior parte da população de Texugo City.
Reclusos = resistência não diretamente ligada a texugo city.
Resistência (de resistência) = movimentos e iniciativas mais ou menos organizados/ institucionalizados, militares ou não, no sentido de sobreviver (permanecer humano) ao processi. O mais significativo seria Texugo City.
Róbi = Comerciante, vítima aleatória do processi.
Reunião = Grupo de Advogados 2.0.
Sacha, o Urso Vingador = lendário líder suicida da Legião dos Extripadores de Advogados.
Salomão Podredehiquedi = barão do petróleo e dono do jornal "Luz de Allá"
San Frantchesco de Brito Crotche = estudante de direito.
SERINGA = Setor Especial de Registro, INspeção e Gestão de Atrocidades, IBGE do BOTOCS.
SIENAC = Sociedade Inescrupulosa dos Exploradores de Nihilistas Através do Cinema. Escola de cinema que formava "cineastas" especializados em ganhar dinheiro filmando cenas de horror reais.
Sigmund Chester = psicanalista de texugo city.
TEX = Triblificador Epirogênico de Xinofinateliginina= droga feita a partir do amianto do revestimento acústico do joelma plaza. Se torna a moeda oficial de texugo city.
Texugo City = Base da resistiencia na Cidade do Texugo. Surge da união dos funcionários do frigorífico texugo city com os cientistas da UFRT. Depois absorve a Toca das máquinas. Governada pela aliança entre Danilo Taxidriver (subterraneos) e Gilmar Vinagre (Superfície). Possui 13 mil habitantes e um comercio interno regular. realiza esperiências científicas.
Toca das máquinas = movimento de resistência. surge da fusão entre os sobreviventes da casa das máquinas com a união tatuzão sob a liderança de Danilo Taxidriver. Funcionava no metrô de texugo city.
Tzderan Samsa = forjou o termo "Processi" em referência à obra prima de Franz Kafka
UFRT = universidade federal do resplandecente texugo, instituição de onde provém os cientistas de Texugo city.
União Tatuzão = movimento de resistência que ocupava e protegia o metrô da cidade. daria origem à Toca das Máquinas.
Vilma Vinagre = mãe de Gilmar Vinagre, líder da Casa do Pão de Queijo.
Walter Hego = empregado de uma empresa que, num futuro distante, faria uma limpeza na Cidade do Texugo após o termino do Processi.
William Bonner Júnior = âncora do Jornal Nacional.
Xavier Hernandes = um inventor da Toca das Máquinas.
Yoshi = terrível e honorável presidente e acionista da MEGACORP.
Yuri, o cuteleiro = Imediato de Gilmar Vinagre, Liderou a Batalha da Brastemp.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Capítulo XI

por brunok, o brunok

nota do autor: este capítulo não é muito comediano. inclusive é meio horrendo seu finalzinho, se você tiver uma imaginação privilegiada. é um 'rascunho' de como o autor imagina a que seja a mente de pessoas que andam pela rua e estão com uma doencinha terminal;

CAPÍTULO XI:
PENSAMENTOS DURANTE AS COMPRAS


Bom e velho Róbi...bom e velho Róbi. Era assim que seus conhecidos do trabalho o chamavam. Mas quem era ele realmente? Era apenas um medíocre ser humano.
De acordo com Róbi, o termo 'pensante', dado comumente aos seres humanos, talvez não fosse apropriado para sí. Foi sempre levado pelas situações. Nunca pensara, nunca precisou. Toda a sociedade já ditava o que tinha de fazer. "Tenha uma vida de sucesso. Seja empresário, case com uma bela e desejada mulher. Tenha uma família, e continue trabalhando. Se você se cansar de trabalhar, aposente-se e vá pescar. Em caso de dúvidas procure a religião oficial do Estado."
Não tinha objetivos além de fazer o que lhe parecia normal e comum.

E atualmente continua sendo levado pela situação externa. Estava ilhado na própria loja de comércio que possuía.
Foi pegar na despensa o último pote de geléia de morango (e última comida disponível para ele). Colocou a mão sobre a tampa e começou a forçar para desrrosqueá-la. Enquanto isso refletia sobre sua situação atual.
Tinha com medo de sair para ajudar a enfrentar advogados. Tinha medo de morrer, de ser contaminado, de perecer enquanto ajudava seus semelhantes a continuarem sobrevivendo. Tinha motivos para lutar e tinha motivos para não lutar. Sua família estava ilhada no próprio domicílio. Logo os portões enferrujados da casa iriam tombar perante aquele grupo de advogados na frente dos portões.
Ele tinha um objetivo nessas horas, de acordo com a cartilha. Era lutar feito retardado correndo em direção da sua casa, se possível de jeito emocionante e com lágrimas nos olhos, e assim salvar sua família.
Mas havia uns seres estranhos, querendo matá-lo, ele pensava. Como podia sair por aí se sua pequena existência de 48 anos poderia terminar? Ele não tinha feito todas as coisas que queria.
Porcaria de pote emperrado.
Sua mente tambem lembrava-o que era seu dever como cidadão ir lá e morrer lutando para defender seus semelhantes. Havia milhares de homens corajosos enfrentando os seres, com vigor e coragem. Enquanto ele tinha medo de defender a própria família.
Porra de tampa filha da puta, não abre nem com dentes!
Ele tinha de sair e mostrar que era homem como todos os outros, e que estava à altura de ter uma família própria e de defende-la.
Mas estava lá. Vou morrer comido em 15 minutos. Minha vida termina em quinze minutos.
Tudo o que fiz, que nem foi tanto, vai acabar. Vou deixar de existir, para sempre(!). Não é como se eu fosse dormir um dia, não tivesse sonhos durante o sono, e acordasse um tempo depois, como se eu tivesse deixado de existir durante esse tempo. Eu deixarei de existir para sempre! Sempre é infinito! É grande demais!
Nunca mais estarei no universo, estarei em lugar algum.
Eu que sempre quis ficar deitado dormindo metade das minhas férias. Que considerava privilégio poder dormir ao invês de trabalhar. Vou ter todo descanso que eu queria e não queria. E nunca mais vir trabalhar, sair para andar pelas ruas, cheias de cheiros, visões, brilhos metálicos e outros seres humanos.
Porra de tampa filha da puta!! Eu só quero minha geléia! Deus está contra mim?! Nesta hora ele faz isso comigo?! Nesta hora?! Grande filho da mãe, nem deve existir mas merece minha raiva! Ah, saco, vou tentar com a pá.
E pensar que...eu poderia ter brigado na rua com muitos brutamontes na minha vida. Que eu poderia ter transado com muitos homens na minha vida. Viajar para a África, conviver com o que há lá. Ver o que há de mais miserável. Que eu poderia ter lido Crepúsculo sem me trancar no banheiro, nem sofrer para esconder aquilo. Poderia ter me rebelado contra as coisas e feito traquinas na escola. O que mais falta? ah, eu lembro de tudo o que eu quero fazer antes de morrer. Pular de pára-quedas. Dar um soco no meu vizinho, filho da puta.

Róbi escuta um murmurar em latim em frente à porta de sua lojinha. Fica estático, de volta ao mundo, de seu devaneio. Uns segundos depois escuta muitas vozes falando termos em latim e sobre acordos e contas a pagar. O portão vai se abrindo, se quebrando no meio. Cinco advogados entram no mercadinho de Róbi. Róbi tropeça no chão plano e vai se esgueirando como uma maçã em direção a nenhum lugar em particular. Os cinco advogados são rápidos e logo delgutem bom e velho Róbi. Róbi podia ver sua carteira e seus músculos sendo vasculhados. Róbi ficou vendo sua morte, estático. Uma vista privilegiada da própria morte. Ficou deslumbrado com o desmembrar do próprio corpo, com a idéia de que estava a segundos da morte.

Ilustração V

por tito peçanha the bacon

ILUSTRAÇÃO V:
MADAME SUPLÍCIO SUPLICA


Cartaz comemorativo de 21 anos da produtora pornô "Cafuné Erotico & Co".
A proprietária e renomada diretora Lorena Heartcrasher fora eleita no dia anterior a nova rainha do pornô nacional pelo site www.caliente.sex.br devido ao estrondoso (e põe estrondoso nisso) sucesso do seu lendário filme "Madame Suplício Suplica". Morgana Dark (famosa por ter atingido a maior frequência já atingida pela voz humana durante o dodecagésimo orgasmo que teve no filme "Rachando a Periquita 4 - aventura no caribe") , detentora do título por quase duas décadas consecutivas, lhe entregaria pessoalmente o troféu (um gigantesco falo dourado) dizendo: "Finalmente alguém à minha altura" e dando, em seguida, uma rizada histérica.
Nesse famigerado filme ninguém menos que Gretchen (com seus 83 anos e botox, lipos e silicone até os ossos) fazia o papel da então presidente Marta Suplicy - ou "Madame Suplício" e ninguém menos que Alexandre Frota (com seus 74 anos, esteróides de cavalo e viagra geriátrico injetável até os dentes) fazia o papel do Doutor Agonizzi.
Ninguém consegui não rir quando Madame Suplício disse sua lendária fala "é preciso ter colhões para ter colhões". Ninguém conteve o misto de excitação, nojo visceral e curiosidade quando a mesma suplicava para ser literalmente comida pelo respeiteavel advogado "me come, me come, me come!". Não se soube de ninguém que não tenha ficado assombrado quando Frota tira as calças do seu terno de advogado zumbi e exibe um par mostruoso de colhões, ouvindo-se em seguida um sonoro "queee colhões, doutor Agonizzi!". Nenhum pornofanático não se maravilhou com a inacreditável química que brotava entre aqueles dois dinossauros da indústria pornográfica. Madame Suplício dizia "oh meus deus, eu sempre disse que advogados também eram homens, mas oh oh oh, nunca imaginei que oh oh OH OH OH, fossem tãaaaao homens assim, mais forte OOOH, mais forte!" e se ouviam deliciosas sequências de gargalhadas entre os espectadores.
por fim ninguém, absolutamente ninguém não teve um leve extremecimento de êxtase voluptuoso quando, no gran-finale, enquanto Gretchen se extripava no mais grotesco orgasmo da história o doutor Agonizzi lhe tasca uma suculenta mordida no pescoço arancando um vistoso pedaço de carne. silêncio total na platéia. nos cinco minutos que se seguiam Alexandre Frota devorava furiosamente uma imensa boneca de carne crua em formato de Madame Suplício enquanto tinha um longuíssimo e estrondoso orgasmo, se cobrindo de sangue e sêmen até o último centímetro de pele tatuada. Na cena mais monstruosamente pesada, presente em pouquíssimas cópias, o Dr. Agonizzi comia literalmente a genitária da parceira e comentava, no final, com a boca cheia de sangue e fluidos "isso sim é comer uma mulher".

Todas as falas do filme viraram comunidades no Orkut,
Nenhuma delas tinha menos de 800,000 membros.
O filme rendeu US$ 452,853,439 dólares a Lorena Heartcrasher.
A peruca loiro-ovo usada por gretchen foi vendida por R$ 1,324,752 no mercado livre.