sábado, 10 de janeiro de 2009

Capítulo XIII

por pedro danilo paulo de lustosa souza coutinho romões

CAPÍTULO XIII:
BACHARELADO - COISA PÚBLICA


San Frantchesco de Brito Crotche saiu do grêmio de instituição homônima sem nada suspeitar de sua condição. A manhã já amadurecida despontando fora das paredes de pedra centenárias tornara o ar tão quente que parecia bater em sua pele desprotegida e empurrá-lo para trás roubando o pouco ar de seus pulmões. Sua primeira reação foi fechar o casaco que trazia aberto e preso entre as alças da mesma mochila de sempre até perceber que esta tinha sido a idéia mais estúpida que tivera desde quando falou que João Ferreira Gullar Machado de Costa e Pinto fora o reformador da terceira ordem de jurisdição alfandegária ao instaurar o processo de reburocratização das taxas base da alíquota parcial do valor de revenda num seminário para toda sua turma e mais os professores mais renomados, aqueles para os quais 'pagava um pau' quando na verdade fora Augustino Peixoto Bocanhuva e seu parceiro e desembargador da receita federal Josmar da Costa Alencar e Souza os responsáveis por tal façanha, despontando dentre os mais honorários advogados legisladores da história.
Tamanha era a sua distração, e tão fundo era o poço ao qual se atirara tentando desvendar as maracutaias mais descaradas de uma história tão rica em entretenimentos e estímulos racionais como a história jurídica nacional que nem sequer arranhou sua concentração o fato de estar completamente sozinho em pleno centro da Cidade do Texugo. Não teve o mínimo discernimento para reparar que o fato pelo qual não tinha precisado olhar para atravessar qualquer rua e por não ter até então levado nenhuma buzinada na orelha e talvez por estar sentado já há uma hora e meia dentro de um ônibus vazio no Terminal Rodoviário Estelional Brás e nada lhe ter acontecido até agora, que alguma coisa estivesse pelo menos 'estranha'.
Reparou que havia um buraco em sua camisa, uma mordida que seu amigo Daniel Correa dera de brincadeira em seu pescoço antes da grande discussão do seminário de legislação de tribunais, apogeu de seus estudos até hoje. 'Fora um acontecimento épico', seus pensamentos já se distanciando da mordida incômoda, 'nunca pensei que houvesse tanto a se discutir de um assunto já tão explorado pelo grande mestre Eterônimo Siqueira', e já começara a se desfazer em divagações referenciais e catálográficas de sua vasta bibliografia acumulada em horas e horas de banho de luz fluorescente e propina à burocrata da bibliotecária Mara quando percebeu que alguma coisa de fato devia estar errada pois TODOS a sua volta falavam de questões jurídicas interessantíssimas, ou teciam as mais belas teorias em demagogias melosas que desbancariam qualquer professorsinho pedante da FUCT, Faculdade Universidade de Cidade do Texugo, naquele apogeu de prolixidade que o fez ficar de pau duro de tão excitante.
Nunca lhe passou pela cabeça que colhoes, o qual viria mais tarde a saber o que era, pudesse ser algo ruim.

3 comentários:

Não se acanhe, meu rei!
não há um membro do corpo produtivo que não goste de um comentariozinho nos seus posts...
;)